Imagine um abismo interminável, com quilometros de profundidade, intocado pela luz solar e habitado por criaturas que ainda permanecem totalmente desconhecidas da humanidade. Um lugar inóspito para o ser humano, que só pode chegar lá equipando submarinos especiais e onde não pode montar uma base ou estação permanente, seja militar, científica ou comercial. Um lugar ainda menos conhecido do que a Lua ou o próprio espaço.
Esse lugar existe.
Sua localização é extamente nas coordenadas 11° 21' N 142° 12' E.
Vamos falar um pouco sobre a Fossa das Marianas.
E depois que souber um pouco mais sobre esse interessante lugar, imagine parar seu barco para pescar exatamente sobre ele.
Sua localização é extamente nas coordenadas 11° 21' N 142° 12' E.
Vamos falar um pouco sobre a Fossa das Marianas.
E depois que souber um pouco mais sobre esse interessante lugar, imagine parar seu barco para pescar exatamente sobre ele.
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Localização da Fossa das Marianas |
Fossa das Marianas
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Ilhas Marianas |
A Fossa das Marianas é o local mais profundo dos oceanos, atingindo uma profundidade de 11034 metros. Está localizada no Oceano Pacífico, a leste das Ilhas Marianas, na fronteira convergente entre as placas tectonicas do Pacífico e das Filipinas. Geologicamente, a fossa das Marianas é resultado geomorfológico de uma zona de subducção (Santa Algaravia, Batman!).
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Esquema de uma Zona de Subducção |
O fundo da fossa das Marianas foi atingido em 1960 pelo batiscafo Trieste, da marinha dos Estados Unidos, tripulado pelo tenente Don Walsh e o cientista suíço Jaques Piccard, que passaram 20 minutos no fundo do oceano, numa expedição que durou ao todo 9 horas.
Trieste
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Emblema do Batiscafo Trieste |
O batiscafo Trieste foi desenhado por Jaques August Piccard e foi posto em atividade a 26 de agosto de 1952, no Mar Mediterrâneo, na Ilha de Capri, próximo a Nápoles, Itália A esfera de pressão, composta de duas secções, foi construída pela empresa Acciaierie Terni, e a parte superior foi fabricada pela Cantieri Riuniti dell 'Adriatico, na cidade livre de Trieste, na fronteira entre a Itália e a Iugoslávia. A instalação da pressão foi feita na Esfera Cantiere Navale di Castellammare di Stabia, perto de Nápoles.
O projeto foi baseado em experiências anteriores com o batiscafo FNRS-2, também projetado por Piccard. Foi construído na Bélgica e operado pela Marinha Francesa, permanecendo em operação no Mediterrâneo. O batiscafo tinha a capacidade de atuar independentemente do navio-mãe, não precisando de cabos umbilicais.
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O batiscafo é um veículo submersível próprio para explorar águas profundas, capaz de suportar a pressão gigantesca da água |
Em 1958, foi comprado pela marinha dos Estados Unidos por 250.000 dólares e transportado para San Diego, Califórnia.
Em outubro de 1959, depois de ser reequipado para operar em uma pressão mais forte, o Trieste foi transportado para o meio-Pacífico para participar no Projecto "Nekton", no qual realizou uma série de mergulhos muito profundos na Fossa das Marianas.
Em 23 de janeiro de 1960 alcançou o recorde de profundidade de 35.800 pés (10.911 metros), no Challenger Deep, o mergulho mais profundo em qualquer dos oceanos do mundo. Nesta ocasião, eram seus tripulantes o engenheiro e oceanógrafo suíço, Jacques Piccard, e o Tenente da Marinha americana, Don Walsh.
Em abril de 1963, foi transportado para o Atlântico, mais precisamente a New London, Connecticut, para procurar o então perdido submarino USS Thresher (SSN-593), o qual o encontrou em agosto de 1963 fora de New London a 1.400 braçadas abaixo da superfície.
O Trieste foi retirado de serviço logo após a realização dessa missão, sendo reformado, e alguns de seus componentes foram utilizados no recém-construído Trieste II. Ele está agora em exposição permanente no Museu da Marinha, no Washington Navy Yard, Washington, DC.
Fauna Abissal
obtidas algumas das primeiras provas da existência de vida a grandes profundidades. Estas observações foram realizadas por Sir John Ross, em 1818, durante a sua viagem para encontrar a passagem, por noroeste, entre o Oceano Atlântico e o Pacífico, tendo recolhido, a cerca de 500-600 braças de profundidade, um conjunto de animais invertebrados. Em Portugal existem publicações da Real Academia de Ciências de Lisboa, datadas de 1815 e 1818, sobre a costa do Algarve, relatando a existência de pesqueiros localizados a 400 braças, onde os pescadores operavam com sucesso, bem como a ocorrência de vários seláceos entre 350 e 550 braças. Apesar destes registos, a comunidade científica rejeitou, até meados do século XIX, a existência de vida nas grandes profundidades marinhas. A prova definitiva da existência de organismos vivos abaixo de 300 braças surgiu em 1859, quando foi levantado, para reparações, o cabo telegráfico que unia a Sardenha ao norte de África, proveniente de 1800 m de profundidade, e onde foram encontrados corais solitários e moluscos.
Quem desejar converter braças para metros, acesse
http://www.sportnautica.com.br/unidades.htm
Abaixo da plataforma continental, a partir dos 150 a 200 m até às máximas profundidades conhecidas, ou seja, cerca de 11 000 m (fossa das ilhas Marianas), encontra-se o mundo das grandes profundidades marinhas. Embora constituam o maior biótopo existente no nosso planeta, estas zonas são também as menos conhecidas, sendo a sua investigação muitas vezes comparada à conquista do espaço.
As características morfológicas e anatômicas dos organismos que vivem a grandes profundidades, bem como a sua fisiologia e distribuição, são diferentes daqueles que se podem observar mais próximo da superfície do mar, devido às condições ambientais aí existentes. A falta de luz e ausência de vegetais, as baixas temperaturas e elevada pressão são as condições dominantes do meio profundo.
A seguir, alguns exemplos das criaturas abissais (em um próximo post espero poder falar mais sobre eles e especialmente de um habitante bem assustador do local: um suposto tubarão anormalmente gigantesco, avistado e filmado por sondas japonesas).
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Tubarão Goblin |
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Stargazer |
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Stargazer |
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Peixe-Ogre |
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Tubarão-Fantasma |
Fonte Principal