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domingo, 29 de janeiro de 2017

Fossa das Marianas - O Abismo Negro da vida real

Imagine um abismo interminável, com quilometros de profundidade, intocado pela luz solar e habitado por criaturas que ainda permanecem totalmente desconhecidas da humanidade. Um lugar inóspito para o ser humano, que só pode chegar lá equipando submarinos especiais e onde não pode montar uma base ou estação permanente, seja militar, científica ou comercial. Um lugar ainda menos conhecido do que a Lua ou o próprio espaço.
Esse lugar existe.

Sua localização é extamente nas coordenadas 11° 21' N 142° 12' E.

Vamos falar um pouco sobre a Fossa das Marianas.

E depois que souber um pouco mais sobre esse interessante lugar, imagine parar seu barco para pescar exatamente sobre ele.

Localização da Fossa das Marianas


Fossa das Marianas


Ilhas Marianas


Fossa das Marianas é o local mais profundo dos oceanos, atingindo uma profundidade de 11034 metros.  Está localizada no Oceano Pacífico, a leste das Ilhas Marianas, na fronteira convergente entre as placas tectonicas do Pacífico e das Filipinas. Geologicamente, a fossa das Marianas é resultado geomorfológico de uma zona de subducção (Santa Algaravia, Batman!). 
Esquema de uma Zona de Subducção
O ponto mais profundo da fossa foi sondado pelos navios Challenger e Challenger II em 1951, da Marinha Real. O local foi batizado, então, de Challenger Deep.

O fundo da fossa das Marianas foi atingido em 1960 pelo batiscafo Trieste, da marinha dos Estados Unidos, tripulado pelo tenente Don Walsh e o cientista suíço Jaques Piccard, que passaram 20 minutos no fundo do oceano, numa expedição que durou ao todo 9 horas.

Trieste

Emblema do Batiscafo Trieste

O batiscafo Trieste foi desenhado por Jaques August Piccard e foi posto em atividade a 26 de agosto de 1952, no Mar Mediterrâneo, na Ilha de Capri, próximo a Nápoles, Itália A esfera de pressão, composta de duas secções, foi construída pela empresa Acciaierie Terni, e a parte superior foi fabricada pela Cantieri Riuniti dell 'Adriatico, na cidade livre de Trieste, na fronteira entre a Itália e a Iugoslávia. A instalação da pressão foi feita na Esfera Cantiere Navale di Castellammare di Stabia, perto de Nápoles.

O projeto foi baseado em experiências anteriores com o batiscafo FNRS-2, também projetado por Piccard. Foi construído na Bélgica e operado pela Marinha Francesa, permanecendo em operação no Mediterrâneo. O batiscafo tinha a capacidade de atuar independentemente do navio-mãe, não precisando de cabos umbilicais.

 O batiscafo é um veículo submersível
próprio para explorar águas profundas,
 capaz de suportar a pressão gigantesca da água
Em 1958, foi comprado pela marinha dos Estados Unidos por 250.000 dólares e transportado para San Diego, Califórnia.
Em outubro de 1959, depois de ser reequipado para operar em uma pressão mais forte, o Trieste foi transportado para o meio-Pacífico para participar no Projecto "Nekton", no qual realizou uma série de mergulhos muito profundos na Fossa das Marianas.

Em 23 de janeiro de 1960 alcançou o recorde de profundidade de 35.800 pés (10.911 metros), no Challenger Deep, o mergulho mais profundo em qualquer dos oceanos do mundo. Nesta ocasião, eram seus tripulantes o engenheiro e oceanógrafo suíço, Jacques Piccard, e o Tenente da Marinha americana, Don Walsh.

Don Walsh

Jacques Piccard
Em abril de 1963, foi transportado para o Atlântico, mais precisamente a New London, Connecticut, para procurar o então perdido submarino USS Thresher (SSN-593), o qual o encontrou em agosto de 1963 fora de New London a 1.400 braçadas abaixo da superfície.
O Trieste foi retirado de serviço logo após a realização dessa missão, sendo reformado, e alguns de seus componentes foram utilizados no recém-construído Trieste II. Ele está agora em exposição permanente no Museu da Marinha, no Washington Navy Yard, Washington, DC.



Batiscafo Trieste (1960)
Pouco antes de estabelecer o recorde de profundidade




Fauna Abissal


No início do século XIX foram
obtidas algumas das primeiras provas da existência de vida a grandes profundidades. Estas observações foram realizadas por Sir John Ross, em 1818, durante a sua viagem para encontrar a passagem, por noroeste, entre o Oceano Atlântico e o Pacífico, tendo recolhido, a cerca de 500-600 braças de profundidade, um conjunto de animais invertebrados. Em Portugal existem publicações da Real Academia de Ciências de Lisboa, datadas de 1815 e 1818, sobre a costa do Algarve, relatando a existência de pesqueiros localizados a 400 braças, onde os pescadores operavam com sucesso, bem como a ocorrência de vários seláceos entre 350 e 550 braças. Apesar destes registos, a comunidade científica rejeitou, até meados do século XIX, a existência de vida nas grandes profundidades marinhas. A prova definitiva da existência de organismos vivos abaixo de 300 braças surgiu em 1859, quando foi levantado, para reparações, o cabo telegráfico que unia a Sardenha ao norte de África, proveniente de 1800 m de profundidade, e onde foram encontrados corais solitários e moluscos.

Quem desejar converter braças para metros, acesse

http://www.sportnautica.com.br/unidades.htm



Abaixo da plataforma continental, a partir dos 150 a 200 m até às máximas profundidades conhecidas, ou seja, cerca de 11 000 m (fossa das ilhas Marianas), encontra-se o mundo das grandes profundidades marinhas. Embora constituam o maior biótopo existente no nosso planeta, estas zonas são também as menos conhecidas, sendo a sua investigação muitas vezes comparada à conquista do espaço.

As características morfológicas e anatômicas dos organismos que vivem a grandes profundidades, bem como a sua fisiologia e distribuição, são diferentes daqueles que se podem observar mais próximo da superfície do mar, devido às condições ambientais aí existentes. A falta de luz e ausência de vegetais, as baixas temperaturas e elevada pressão são as condições dominantes do meio profundo.

A seguir, alguns exemplos das criaturas abissais (em um próximo post espero poder falar mais sobre eles e especialmente de um habitante bem assustador do local: um suposto tubarão anormalmente gigantesco, avistado e filmado por sondas japonesas).

Tubarão Goblin


Stargazer

Stargazer




Peixe-Ogre

Tubarão-Fantasma




Fonte Principal


quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Os Fantasmas do Túnel Rebouças



O Rio de Janeiro é uma cidade completa.  Tem ilhas paradisíacas, uma floresta urbana, praias bonitas, cachoeiras... e um monte de construções com fama de assombradas.

Vamos falar um pouco sobre uma construção que não tem apenas uma história de fantasmas, mas duas. Não é uma casa, nem um prédio, nem um castelo. É um túnel!

O Túnel Rebouças, com seus impressionantes 2.800 metros, liga a zona norte (bairro do Rio Comprido) à zona sul (bairro da Lagoa). Foi construído entre os anos de 1962 e 1967, na época em que o governador era Francisco Negrão de Lima e que a cidade do Rio de Janeiro era o Estado da Guanabara.

O nome Rebouças foi dado para homenagear a memória de dois irmãos, André e Antônio Rebouças, engenheiros baianos e netos de uma escrava alforriada. Os irmãos Rebouças (que na verdade eram três, havia também o José) além de engenheiros eram: inventor e abolicionista (André) e militar (Antônio) O túnel Rebouças é composto por duas galerias paralelas, cada uma recebendo o nome de um dos irmãos.  Nada mais justo. Uma impressionante obra de engenharia homenageando dois notáveis engenheiros.


Histórias (Assombradas) do Rebouças
Existem duas histórias assombradas com palco nesse local.

Uma delas se limita a relatos de trabalhadores da manutenção do túnel. Há muitos anos atrás (lá pelos idos de 1990) um jornal aqui do Rio de Janeiro publicou uma reportagem com vários relatos de pessoas que teriam presenciado aparições pela cidade. Um desses relatos era o de um trabalhador que trabalhava na manutenção do túnel. Em uma de suas rondas, na madrugada, o funcionário disse ter visto uma mulher loura, toda vestida de branco e com um sorriso sinistro. O mais inusitado, segundo a reportagem (e eu não inventaria isso, porque sempre achei a parte mais estranha do relato) a tal mulher caminhava no teto, nas passagens de serviço entre as galerias e nas próprias galerias.
 
Imagine atravessar isso tudo a pé... de noite... sozinho!


É isso. Nenhuma menção sobre quem seria essa tal loura ou sobre o que ela estaria fazendo lá... além de assombrando, claro.
 
 Por ser uma lenda pouco divulgada, os Colaboradores de Lendas Urbanas de Plantão não tiveram a oportunidade de incrementar a história da suposta aparição.  Ninguém disse que ela poderia ser:

- Uma noiva que morreu na semana de seu casamento em um acidente dentro do túnel e que agora vaga pelo local procurando o responsável.

- Uma noiva que morreu indo para o seu próprio casamento em um acidente dentro do túnel e que agora vaga pelo local procurando o responsável (é parecido, mas é diferente). 

- Uma mulher que foi abandonada pelo marido e resolveu se matar dentro do túnel, fazendo seu carro colidir intencionalmente. Só descobriram que foi suicídio por uma carta encontrada no porta-malas do carro. O fantasma dela agora ronda o local procurando maridos e namorados infiéis para matá-los.

- Uma dependente química que morreu de overdose nas proximidades do túnel, nas matas que rodeiam o local. Seu espírito vagará pelo túnel até que o corpo receba um enterro decente.

- Uma mulher que foi morta durante a construção do túnel por um dos engenheiros que trabalhou no local na época. Ela era amante do cara e estava ameaçando revelar o segredo para sua esposa. Com a ajuda de um cúmplice (um irmão dele ou um operário da obra que lhe devia um favor) ele enterrou o corpo da mulher no local da construção.  A mulher agora vaga pelo local procurando vingança contra as pessoas que a mataram e seus descendentes.

Gostei mais dessa última.  É bem clichê, mas foi o que consegui arranjar.

A outra história é mais elaborada.


Conta-se que, durante algum tempo, um opala preto atravessava o Rebouças nas madrugadas, correndo sempre em curso de colisão. Em alguns casos o carro sumia antes do impacto. às vezes não.

Aqui vou fazer uma pequena observação. O Poderoso Opala lá pelas décadas de 1970 e 1980 era o carro padrão dos matadores da Baixa Fluminense e dos bandidos motorizados em geral.  O carro tinha um bom arranque e ganhava muita velocidade, mas por ter a parte de trás leve, perdia estabilidade quando corria.  Qual a melhor solução para isso?  Bom, o porta-malas do Opalão era grande, cabia de 3 a 5 presuntos lá dentro. E não estou falando de presuntos suínos.  Então com a quantidade certa de defuntos no porta-malas, você podia fugir da polícia sem preocupação.

A fama de carro de bandido era tão grande, que a própria Chevrolet lançou a seguinte pérola propagandística:

Continuando...

A origem dessa história teria começado lá na década de 1970. Havia um bandidão na cidade que teria roubado um Chevrolet Opala SS preto (Estilosão! Mais badass motherfucker impossível!) e, ao ser perseguido pela polícia, acabou colidindo com o fusca (que transportava uma família) e todos morreram dentro do túnel. A internet diz que seu nome era alguma coisa fulano de tal Ubiratã.  Não estou me preocupando em reproduzir o nome todo do tal fulano aqui porque é um dado provavelmente inventado.  Assim como os crimes que foram atribuídos ao tal cara.  Eu prefiro acreditar que ele era só um ladrãozinho, talvez pé de chinelo, que resolveu roubar um carrão e virou churrasco fugindo da polícia.
Algum tempo depois, motoristas que cruzavam o túnel de madrugada começaram a relatar a aparição do tal Opala SS preto que corria em curso de colisão com outros carros, algumas vezes perseguindo, algumas vindo pela contramão.
Rola até um "acréscimo" da lenda: se os ocupantes do carro perseguido fizessem uma oração pela intenção da alma dos mortos no túnel, ele sumia e deixava o carro perseguido em paz. Se não, o opala não parava e game over para o carro perseguido. Minha pergunta sempre foi: quem do carro acidentado sobreviveu para contar que ninguém no carro rezou?  Outros contam que a perseguição do Opala SS não terminava em acidentes fatais, por isso os acidentados podiam relatar o que tinham visto.


Em 1988 a cidade e alguns pontos do estado foram atingida por uma grande chuva (4 dias de chuva consecutiva e 300 mortos no Estado  segundo levantamentos!) que, entre outras tragédias, causou um deslizamento de terra que interditou o túnel durante vários dias. Não sei qual a relação, mas desde então os avistamentos do tal carro pararam de acontecer.

De qualquer forma, sempre que eu passo por lá mantenho meus olhos bem abertos. Nunca se sabe que outros moradores o Rebouças ainda pode esconder...
 
Essas fotos são do desmoronamento de 2007... não achei as fotos da década de 80.

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Ilha de Brocoió: A Ilha dos Sussurros

Vista aérea de Brocoió
No interior da Baía de Guanabara existe uma ilha que recentemente voltou às manchetes devido à (alegada) falência do Estado do Rio de Janeiro.  É a Ilha de Brocoió.

A ilha faz parte do arquipélago de Paquetá, composto por mais 15 ilhas (Pancariba, Folhas, Nhaquetá, Viraponga, Tapuamas de Fora, Tapuamas de Dentro, Casa de Pedras, do Ferro, Redonda, Comprida, do Manguinho, Jurubaíba, Braço Forte, Itapacis e dos Lobos), juntamente com a ilha de  Paquetá, a principal e a que nomeia o arquipélago.





Atualmente a ilha pertence ao Governo do Estado do Rio de Janeiro, sendo seu acesso restrito. Lá se encontra uma das  moradias do Governador do Estado. Antes disso, lá pela década de 1930, o lugar pertenceu ao milionário Octávio Guile, responsável pela urbanização e pelo aterramento de sua área, que a transformou de uma ilhota dupla em uma ilha de aproximadamente 200.000 m².
 

Nicolas Durand de Villegagnon
André Thevet
Seu descobrimento é atribuído ao cosmógrafo francês  André Thevet (1502- 23/11/1590), integrante da expedição de Villegagnon, em 1555, época da fundação da chamada França Antártica.

Fim da aula de história.







Vamos começar a história de terror

Os Tamoios, ou Tupinambás, habitavam, entre outros pontos do que viria a ser o Brasil, o litoral norte do atual Estado de São Paulo e o litoral sul de onde hoje fica o Rio de Janeiro. O termo Tupinambá, inclusive, faz referência a diversas tribos que possuíam uma língua comum. Entretanto, essas tribos não mantinham uma unidade, chegando mesmo a guerrear umas com as outras.




Outra característica dos Tamoios era a prática do canibalismo ritual. Essa prática,  segundo historiadores e arqueólogos, era comum em várias comunidades primitivas ao redor do mundo. Além deles outros grupos indígenas também eram canibais (os potiguares, os caetés, os aimorés, e os goitacás). Ao praticarem o canibalismo ritual acreditavam que absorveriam as qualidades de seus inimigos.

Os Tamoios tinham uma utilização interessante e arrepiante para a ilha do Brocoió. Ela era uma prisão para índios rebeldes. 

Quando um índio se rebelava ou ia contra a autoridade de um chefe tribal era levado para a ilha do Brocoió. Na época a ilha era na verdade uma ilhota dupla, ligada por um braço de areia. Não era um exílio com tempo para terminar. O índio rebelde que recebia sua passagem para lá ia permanecer no tal local até morrer.  Eram conduzidos em longas canoas através da Baía, em direção ao seu destino.



O nome da Ilha é a cereja do bolo dessa história toda.

Brocoió é uma corruptela de borocoió (ou segundo o Dicionário Etimológico de Antenor Nascentes, boré-coyá) que significa "sussurros, sussurrante".  

A lenda conta que, durante a noite, os espíritos dos rebeldes que morreram na ilha voltavam do além, ou de onde quer seja que eles estavam, para vagar pela ilha, soluçando, chorando e gritando por socorro.

Uma outra variante da lenda diz que doentes e deficientes das tribos também era levados para lá para morrer. Essa última afirmação fica no campo de "lenda urbana."

Lenda ou não, existem relatos de moradores da Praia Grande, na Ilha de Paquetá, que afirmam ouvir ainda hoje os tais sons que vem da ilha do Brocoió. Praia Grande fica bem de frente para a ilha que um dia foi um presídio.

Fica o convite:

Se um dia você estiver no Rio de Janeiro e ficar em Paquetá depois do pôr do Sol, procure um lugar aconchegante na Praia Grande e apure bem os ouvidos.  E, se você estiver sozinho, talvez consiga se convencer de que aquilo que você está escutando é apenas o vento.

Ilha do Brocoió vista de Paquetá


Ilha do Brocoió (década de 1930/1940)


quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Na estrada

De dentro do carro via a noite cair. Queria chegar logo na cidade mais próxima e abandonar o carro.

O som do que estava no porta-malas gargalhando e arranhando o metal estava abalando meus nervos.

- Eu já te matei, cadela! Você está morta! Fique quieta! - gritou sem tirar os olhos da estrada.

Uma risada aguda veio em resposta.

Pisou mais fundo no acelerador.

A sinalização indicava o próximo povoado. Achou que conseguiria.

Ouviu outra risada, mas essa foi diferente.

Mais perto. Do lado do seu pescoço.

Sentiu uma respiração com cheiro de coisas podres em seu pescoço.

Sabia que não devia virar a cabeça. Ela estaria do seu lado, o encarando. Não queria ver os olhos negros, a pele branca, os dentes tortos e pontudos.

Pisou ainda mais fundo, até sentir que perderia o controle do carro.

Ela gargalhou mais uma vez. E cravou seus dentes no pescoço dele de uma vez.




terça-feira, 2 de agosto de 2016

O que se move entre as nuvens


O que se move entre as nuvens

Em um dia comum, sua preocupação maior ao ver as nuvens seria com o guarda-chuva que tinha deixado em casa.

Mas aquelas nem de longe pareciam nuvens de chuva comuns.

Não era um homem religioso, mas nunca havia entendido tão bem o conceito de Juízo Final. Finalmente percebeu que, diante de certas forças do universo, não passava de um inseto consciente de sua insignificância.

Infelizmente, percebeu isso tarde demais. O que se desenhou nas nuvens acima de sua cabeça não podia ser chamado de rosto. Muito menos o som que chegou aos seus ouvidos podia ser um trovão.

Mas tinha certeza que aquilo que conseguira divisar, segundos antes que sua sanidade o abandonasse para sempre, era um gigantesco tentáculo cruzando uma das nuvens.










segunda-feira, 1 de agosto de 2016

A Casa nos Fundos


A Casa dos Fundos


Nos fundos de um arranha-céu no Centro do Rio de Janeiro, uma casa abandonada continua de pé.

De dia ou de noite, nenhuma luz é acesa, nenhuma porta é aberta, nenhuma conversa acontece em seu interior.

Entrei nessa casa em uma noite de outubro de 1985. Fugia da polícia. Pulei um muro, forcei uma janela do térreo e fiquei escondido. A polícia não me achou.

Mas outra coisa me achou. Algo que se movia ali dentro. Algo que espreitava e esperava.

Desde então estou aqui.

Se você olhar pelas janelas, talvez possa me ver.

Hoje eu também me movo aqui dentro. Espero. E espreito.