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quinta-feira, 10 de novembro de 2016

A Casa dos 7 Mortos - Filme B (2 de 2)


... Continuando de onde parei...

Quando estão andando pela casa, o galã encontra uma porta que leva para um quarto secreto, repleto de itens de magia negra. Dave acha um livro chamado Livro Tibetano dos Mortos. E tem a brilhante ideia de usá-lo nas filmagens, para dar mais veracidade às filmagens.


Um aparte sobre o tal livro. Não convence... não dá pra acreditar que apenas algumas palavras recitadas por um dos atores trouxesse o horror pra acabar com eles. Talvez fosse mais crível se, além das palavras, algumas práticas fossem retiradas do livro e encenadas. Por mais que hoje em dia essa seja uma ideia utilizada à exaustão, talvez fosse uma modificação que contribuísse para o filme.  Sem contar com o próprio nome do livro...  "Livro Tibetano dos Mortos"... ah, por favor...  Por que não fizeram uma pesquisa um pouco mais aprofundada em literatura proibida e utilizaram algo mais impactante...  o Necronomicon, ou o Des Vermis Misteriis,  ou, já que o zumbi é chamado de "Ghoul", por que não usar o Cultes des Goules????

Continuando...

O zelador é meio que o red herring do filme (arenque vermelho, ou arenque defumado, é um termo utilizado para indicar uma pista falsa. O nome vem da estratégia usada por criminosos perseguidos por cães farejadores: esfregar arenque defumado no seu rastro para que o cheiro forte confunda os cachorros). Algumas situações levam a crer que o sr. Price é algum tipo de ente sobrenatural. O casalzinho Anna e Dave chegam a vê-lo entrando em um dos túmulos do cemitério.  

Churrasco de gato do inferno!

Lá pelas tantas, o gato de Gayle some. Ele só é encontrado no dia seguinte. Quer dizer, é mais ou menos encontrado. Alguém retalhou o bicho e só acham a parte da frente dele. Claro que o diretor vai tirar satisfações com o Cara Sinistro local, o sr. Price. No meio do processo ele afana, na cara de pau, um revólver que o senhor Price tinha guardado. Aí acontece uma conversa dos dois no subsolo da casa do Price... Basicamente não entendi muita coisa mas, pelo pouco que eu entendi, ele faz lápides para o cemitério...  mas pra quê? Em certa hora do filme ele diz que existe um túmulo vazio no cemitério... a finada patroa dele pediu isso. Mas pra quê????

As filmagens continuam. O livro é finalmente usado em uma cena. Na hora em que estão filmando, Dave some (suspeito... muito suspeito...). Enquanto a filmagem continua, o sr. Price, que está lendo um livro em sua casa (provavelmente Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas), escuta um som estranho vindo do cemitério e vai investigar.


"Desculpe querida... estou meio morto..."
Aí realmente a coisa fica confusa. A mão do defunto reanimado pelo ritual da filmagem sai da terra com uma lerdeza absurda. E mesmo assim ele consegue agarrar a perna - ou a barra da calça, não sei - do senhor Price. Conseguiram fazer uma cena lenta ser confusa. Como se alternam as imagens da filmagem - com a reanimação de um cadáver também, que criativo - com o que está acontecendo no filme, do nada já vemos o tal zumbi agarrado no pescoço do sr. Price.


 
Com a morte do sr. Price e o fim das filmagens, começam a empacotar as coisas. Essa tem, pra mim, uma das cenas que mais me assustaram durante a infância. Vemos as sombras de uma árvore balançando para, em seguida, surgir a sombra do zumbi avançando lentamente.

Ponto positivo: o  tal zumbi, ou ghoul nos créditos originais, não é mostrado logo de cara... bom, quer dizer, se você ignorar a imagem da caroncha dele no começo do filme. Agora fiquei na dúvida se dou um ponto ou se tiro um ponto.... enfim... vou considerar um ponto positivo.


Sempre achei esse Zumbi parecido com o Kiko.



O ponto negativo é a velocidade com que o zumbi se move. Eu cronometrei: logo de cara ele demora cerca de 40 segundos para percorrer uma distância de mais ou menos 4 metros, o que dá um metro percorrido a cada 10 segundos...
Logo de cara, mesmo com sua falta de velocidade , o zumbi mata logo 3. Um encurralado no caminhão de equipamentos e dois na sala onde filmavam. Sorte que um ficou esperando assustado enquanto o outro era esganado...

Gayle está esperando o diretor pra dar umas bitocas nele, mas que aparece é o defunto.  Como ela acabou de se perfumar e sente a catinga que o zumbi deve emitir, sai correndo dali. Pra dar mais aquele ar de filme de terror, ela cai na escada, mas se levanta e continua correndo. Vai pro quarto e pega a arma do diretor (cara, eu nem sabia que eles dormiam juntos ou que ela sabia da arma!). Só que na hora de meter uma azeitona no bicho feio, ela atira num colega de filmagem, o coitado do blablabla. Só depois de descarregar todos os tiros ela percebe que atirou errado. Fica tão chocada que entra de ré num quarto onde o zumbi a espera literalmente de braços abertos...

As roupas no varal!!!!
Anne escuta os tiros quando está tomando banho. Sai de toalha mesmo e encontra Gayle enforcada. Aí começa a gritar e cai... Até hoje  não sei se desmaiada ou morta.  Mas como posteriormente ela é encontrada no rio, acho que só desmaiou...








Enquanto isso o diretor e Dave estão fazendo uma tomada final no cemitério. Acabam encontrando o corpo do sr. Price. Dave mostra um tumulo vazio para o diretor e do nada começam a brigar. O diretor dá um golpe em Dave e o joga dentro da cova vazia. Enquanto está ali deitado ele resolve dar uma lida no que está escrito no túmulo vazio.
Aí o filme começa a abusar...

Ele lê a inscrição: "David... 1872-1896". Nessa mesma hora a mão de David emerge do túmulo... ele virou um zumbi!!!!

O diretor cai no meio do caminho quando fugia pra mansão e fica deitado no chão desacordado tempo suficiente pro zumbi chegar mais perto... mas ele acaba nem chegando. Pra você ver como ele também é lerdo.

Taca na mãe pra ver se quica!
Quando chega na casa ele vai encontrando todo mundo morto. Pra piorar, e o que deixa ele mais desesperado, alguém destruiu o filme todo do cara.  Enquanto grita desesperado, aparece o zumbi 1 e joga uma câmera em cima do diretor. Uma coisa é preciso reconhecer: essa foi uma morte bem original...


Uma montagem com as mortes dos Beal e do pessoal da filmagem é mostrada, meio que forçando uma associação entre as mortes do passado que se repetem. Mas levando em conta que os primeiros que morreram foram enforcados pelos zumbi, que similaridade é essa?

A cena final mostra o zumbi David encontrando o cadáver de Anne boiando sob uma ponte. Ele a pega nos braços e sai andando com ela. O amor é lindo! Ele entra na cova, ainda com Anne nos braços. É mostrada a placa com a inscrição do nome dele - eu imagino que fosse, porque nem é um close - e o filme termina deixando você com cara de tacho.

Scooby-dooby-doo!
Então... tipo... David era um zumbi o tempo todo e os trouxe pra lá pra morrerem... ou então ele virou um zumbi porque combinou a leitura do livro com ter caído na cova...

O zumbi 1 matou Anne jogando a coitada desmaiada no rio?

Quem afinal de contas matou o gato e por quê?

E pra que a cova vazia?







Essas e outras perguntas provavelmente nunca serão respondidas. Com essa febre de refilmagens que assola o cinema, talvez logo logo alguém resolva refilmar essa pérola desconhecida dos filmes B. E espero que dessa vez utilizem um pouco de massa corrida para tapar os buracos do roteiro.

De qualquer forma, esse filme é uma porcaria em vários níveis. Mas é um daqueles que valem a pena uma conferida.


A Casa dos 7 Mortos - Filme B (1 de 2)


Quando você é criança, qualquer filme de terror pode ser bem assustador,  ponto de fazer você fechar os olhos e ainda colocar as mãos por cima pra garantir. No meu caso, o filme de terror que mais me aterrorizou quando eu era pequeno não resisti ao olhar de um adulto.  Bom, quase...


O filme, dos anos 70, era uma das pérolas do SBT, um daqueles filmes que passavam tanto que a fita provavelmente estava a ponto de furar. O filme era presença garantida no Cinema em Casa, Festival de Filmes do SBT, Sabadocine, Oito e Meia no Cinema, Fim de Noite, Duas Sessões, Sessão Premiada, Quinta no Cinema, Sexta no Cinema e na lendária Sessão das Dez (que nunca começava antes de 22h30). Acho que ele só escapou de passar no Cine Disney...


Pôster Incrível!
Para escrever essa postagem, acabei revendo o filme inteiro. Por sorte alguém botou no Youtube uma versão gravada direto da Sessão das 10. Pelo menos a dublagem naquele tempo era uma coisa de qualidade...

E como o cérebro humano é uma coisa engraçada: por mais piadas que eu mesmo já tenha feito sobre todos as crateras no roteiro do filme, rever essa porcaria me fez sentir um pouco o que eu senti quando vi pela primeira vez esse filme. Medo.  Lá no fundo da mente algum arquivo empoeirado foi aberto, e de dentro saiu uma pasta com as emoções que circularam pela minha mente quando eu era só um moleque de 9 anos.

O enredo do filme não é dos piores:

Uma equipe de cinema está filmando em uma casa onde sete assassinatos foram cometidos. O zelador, o incrivelmente sinistro Sr. Price (John Carradine, incrivelmente sinistro) adverte o diretor Eric Hartman (o mítico John Ireland) que eles não devem mexer com coisas que eles não entendem (os tais sete assassinatos tinham relação com práticas ocultistas). O diretor ignora os avisos por querer ser o mais autêntico possível e orienta seu elenco a reencenar os rituais que ocorreram na casa. Acabam invocando um zumbi do cemitério que fica próximo da casa.
 
Bom, como eu disse, a ideia não é tão ruim. O problema mesmo é a maneira como o filme é conduzido.

Só pra avisar, daqui pra baixo vou encher de spoilers.  Não dá pra falar dos acertos (poucos ) e erros (muitos) desse filme sem falar muito sobre o que acontece no filme.

A ideia vem do básico do cinema de horror: um grupo de pessoas em um local antigo e afastado da civilização são confrontados com uma situação que envolve forças ocultas. Horror gótico em seu estado mais puro: uma mansão assombrada, um zelador sinistro, um gato chato...

Aliás, falando em Mansão Assombrada... a casa usada para a filmagem é a mansão do Governador de Utah, em Salt Lake City (EUA). Que lugarzinho mais macabro...
 
Mas que lugar macabro...
 
Brincadeira, pessoal. A mansão mesmo até que é bem bonitinha... Ponto para o pessoal do filme, que conseguiu achar o enquadramento e a iluminação adequados para transformar um prédio oficial em uma mansão de pesadelo.

 
Mas que lugar agradável!


 O filme começa com a morte de todos os membros da tal família Beal. Um é jogado do alto de uma escada, uma aparece afogada na banheira, um leva alguns tiros, uma surge enforcada, um toma uma série de porradas na cabeça, um é esfaqueado, um aparece afogado... essa cena inicial mais movimentada contrasta com o resto do filme, que se desenvolve muito mais mostrando as mazelas de uma equipe de cinema filmando com um diretor tirânico e estressado.


Fala a verdade... Não parece um daqueles filmes baseados na obra de Nelson Rodrigues?



Mas pelo menos o casal mais velho tem uma química melhor do que o casal jovem. É uma química em desequilíbrio constante, mas pelo menos tem algumas ligações covalentes...





Voltando ao filme: Aparentemente, ao longo dos anos, todos o membros dessa família fizeram pactos terríveis, venderam suas almas e tiveram mortes horríveis e violentas (Bom, levando em conta os tipos de mortes atuais nos filmes, não tão horríveis... ). Quando você para pra pensar sobre isso fica a pergunta: "Cara, será que nenhum deles pensou que fazer o tal ritual/vender sua alma não era lá uma coisa tão boa?"  O lema da família deveria ser "Repetir, repetir, repetir até ficar diferente." - Manoel de Barros.

Mas, enfim...

Após a morte dos membros da família, vemos uma mulher fazendo um ritual no melhor estilo cinema anos 70: ela diz algumas palavras de frente para um círculo desenhado no chão. De repente um rosto aparece no círculo.  É o rosto do zumbi que vai aparecer mais tarde e sair matando todo mundo do filme (Upsie! spoiler...). A mulher, por algum motivo, começa a gritar ~coisas tipo "Não! Vá embora!". Esse aí já é a primeira coisa sem explicação no filme. Logo em seguida é revelado que era tudo uma parte da filmagem. Se era uma parte da filmagem, por que o rosto do monstro apareceu no centro do círculo? Não era efeito especial da filmagem, não foi resultado do ritual, mas também não foi uma alucinação da atriz... então, por que o bicho apareceu? Ninguém menciona mais isso no filme...  Não tente entender.

Bem vindos à Casa do Terror...
A filmagem é interrompida pelo sinistro zelador da propriedade, o senhor Bóris Price. Durante a filmagem de uma cena de assassinato ele diz "Não foi assim que aconteceu!"

Conforme o sinistro zelador anda pela casa, mostrando as pinturas a óleo dos antigos moradores da casa e falando sobre suas mortes misteriosas, somos apresentados aos outros autores do filme:

- O tirânico diretor Eric Hartman, dono de um temperamento irascível e de uma língua afiada, está preocupado com suas filmagens e se dispõe tirar o melhor de sua equipe para terminar seu filme com qualidade, nem que para isso tenha que encher os pobres bastardos de porradas verbais (interpretado com brio pelo excelente ator veterano John Ireland, que participou, entre outras coisas, dos clássicos Spartacus e Rio Vermelho).

- Gayle Dorian, a estrela da filmagem. Ao longo do filme ficamos sabendo que ela já foi uma estrela de primeira grandeza, mas com a idade os papéis começaram a rarear e ela tem que se submeter a participar de filmes de quinta categoria - acaba sendo uma piada interna com o próprio filme. Ela também já teve algum tipo de rolo com o diretor. Ah, sim... ela possui um gato que tem nome de gata... Cléo.  (Gayle é interpretada por Faith Domergue [1924-1999], que também participou de vários filmes e era uma boa atriz. Infelizmente esse terror "classe C" foi seu último filme).
David (ou Dave para os íntimos) - Aparentemente o assistente do diretor, mas também faz uma ponta como um cara que é esfaqueado nas filmagens. Foi ele quem encontrou a mansão para as filmagens e parece ser o braço direito do diretor... segue o chefe pra todo lado como um cachorro. Ele tem algum rolo com Anne, a beldade feminina do filme. Interpretado por Jerry Strickler.

Anne - A típica mocinha de filme de terror. Fica o filme todo assustada ou mendigando a atenção do namorado/peguete/seja lá o que for David, que prefere ficar lendo o livro que achou na mansão... Esse David deve estar morto... (hehehe). Interpretada por Carole Wells.

 - Christopher Millan   - O galã da filmagem. Está sempre penteando o bigode e passando a mão pelos cabelos negros e fartos. Ele é o que participa ativamente do primeiro plot twist do filme: ao entrar em seu quarto depois da noite de filmagens, tira o bigode e a peruca.  Wow! (interpretado por Charles Macaulay, um medalhão do cinema. Cara gente boa, participou de alguns episódios de Jornada nas Estrelas inclusive).

E é isso. Existem mais outros tantos atores no filme, mas eles estão lá só pra ser mortos. Uma exceção, que só vou considerar por que sei lá, é o tal de Ron, o maquiador das filmagens e que por duas ou três vezes tenta ser o alívio cômico do filme. O problema é que ele é engraçado como um garoto de 9 anos. Os outros ficam pra lá e pra cá, montando cabos e carregando coisas.
Ou seja, desenvolvimento de personagens nota zero. O diretor é o tirano caricato, a estrela decadente acaba sendo seu amor bandido, o galã do filme fica fazendo monólogos como se estivesse em apresentações teatrais do nada, Dave realmente não se define e fica o tempo todo pra lá e pra cá com o tal livro embaixo do braço e Anne é praticamente Salsicha e Scooby Doo em uma mesma pessoa.

Nessa cena temos 4 atores e 2 figurantes.



A postagem estava ficando muito grande, então....

Continua.

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Deep Star Six (ou O Abismo do Terror) - Filme B

Qualquer dia é uma boa época para retirar a poeira da prateleira dos DVDs e fazer uma sessão nostalgia TRASH!

O filme, como você já deve saber pelo título da postagem, se chama originalmente Deep Star Six, mas aqui no Brasil recebeu o nome de Abismo do Terror (pra aproveitar uma carona no Segredo do Abismo, imagino eu...).

Bom, vamos lá.




Título Original: Deep Star Six
Ano de lançamento: 1989
Direção: Sean S. Cunningham
Roteiro: Geof Miller, Lewis Abernathy


Elenco

Taurean Blacque como capitão Phillip Laidlaw, o comandante da estação
Nancy Everhard como Joyce Collins
Cindy Pickett como Dra. Diane Norris, médico
Miguel Ferrer como Snyder, mecânico
Greg Evigan como McBride, piloto submarino
Matt McCoy como James 'Jim' Richardson
Nia Peeples como Scarpelli, bióloga marinho
Marius Weyers como Dr. John Van Gelder
Elya Baskin como Burciaga
Thom Bray como John 'Johnny' Hodges
Ronn Carroll como Osborne


Após 6 meses em confinamento, os tripulantes de uma base no fundo do mar estão prontos para instalar uma plataforma lançadora de misseis intercontinentais secreta (estamos em plena Guerra Fria, lembram-se?) quando descobrem que no lugar existe uma caverna próximo à base.
Que dor nas costas...
Uma das tripulantes, a bióloga Marinha Scarpelli, tenta impedir a instalação dos misseis, acreditando que a recém descoberta caverna poderia abrigar um ecossistema completamente desconhecido para a humanidade. Os responsáveis pela missão, por estarem sob a tutela militar, ignoram seus pedidos em nome da segurança nacional. Um submarino de reconhecimento é enviado para dinamitar a caverna, e assim, minimizar os riscos de um desabamento decorrente do peso da instalação. Essa operação dá errado, o que acaba libertando um crustáceo pré-histórico que habita a caverna.



Digerindo o que se viu....


Spoilers adiante. Continue até o fim da área amarela. Obrigado.

Deep Star Sixa não é um bom filme. Quer dizer, mesmo para os padrões de um filme B ele deixa muito a desejar.

Vamos ver...

O elenco é composto pela nata da equipe de apoio cinematográfica. Em outras palavras, são aquelas pessoas que sempre que participam de grandes produções do cinema são figurantes de luxo. Além de serem atores sem carisma, recebem papéis de personagens com os quais é impossível desenvolver qualquer tipo de empatia... isso para um filme de terror é complicado. Como você vai se preocupar com a segurança de alguém do qual você não give a damn?


A exceção honrosa é Miguel Ferrer. Apesar de interpretar o cretino-cínico-covarde do filme, ele rouba a cena sempre que aparece.

Ferrer diz "Upsie!"
Um espertinho a menos

Sean S. Cunningham já fez coisas mais interessantes (Sexta-Feira 13 é criação desse cara!!!!) mas aqui ele perde a mão bonito. Apesar de, espertamente, tentar apostar na claustrofobia (uma boa estratégia, considerando a limitação de orçamento, espaços e cenários) mas as locações são pouco imaginativas e meio caricaturizadas. Não me canso de odiar a cena em que dois tripulantes pilotam o submarino de reconhecimento e alguns dos controles essenciais estão localizados às costas do piloto, que tem de ficar se virando pra acionar os botões e , consequentemente, tirando os olhos dos visores e da tela. Quem pelo amor de Deus colocaria um equipamento assim em um submarino? É o mesmo que colocar um volante nas costas do motorista...

Por fim, o monstro... no começo você acha que ele é algo enorme - afinal ele afunda um submarino... e depois ajuda a comprometer seriamente a estrutura da base - na base da porrada mesmo. Mas quando ele invade a base, apesar do cabeção enorme, é só um ator fantasiado... Acho que uma forma mais próxima dos crustáceos reais seria mais crível. Acho que se tivessem filmado um caranguejo real num cenário-maquete ficaria mais interessante... ou pelo menos mais divertido.

Resumindo, no final das contas foi uma boa idéia colocada em prática de maneira preguiçosa e equivocada.

Um técnico ajuda a retirar o tártaro dos dentes(?) do Crustáceo
É hoje que eu te como!

Bom, resumindo, não é um filmaço, nem um bom filme B, mas para uma noite chuvosa ou para um encontro de amigos ou, mais especificamente, para quem se interessar em olhar os cenários externos para se inspirar na confecção de maquetes ou modelos, é bom.

O grande problema é que ninguém se interessou em restaurar ou reparar a imagem desse filme digitalmente, o que torna as imagens meio borradas. Então, prepara as vista!








Fontes