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domingo, 29 de janeiro de 2017

Fossa das Marianas - O Abismo Negro da vida real

Imagine um abismo interminável, com quilometros de profundidade, intocado pela luz solar e habitado por criaturas que ainda permanecem totalmente desconhecidas da humanidade. Um lugar inóspito para o ser humano, que só pode chegar lá equipando submarinos especiais e onde não pode montar uma base ou estação permanente, seja militar, científica ou comercial. Um lugar ainda menos conhecido do que a Lua ou o próprio espaço.
Esse lugar existe.

Sua localização é extamente nas coordenadas 11° 21' N 142° 12' E.

Vamos falar um pouco sobre a Fossa das Marianas.

E depois que souber um pouco mais sobre esse interessante lugar, imagine parar seu barco para pescar exatamente sobre ele.

Localização da Fossa das Marianas


Fossa das Marianas


Ilhas Marianas


Fossa das Marianas é o local mais profundo dos oceanos, atingindo uma profundidade de 11034 metros.  Está localizada no Oceano Pacífico, a leste das Ilhas Marianas, na fronteira convergente entre as placas tectonicas do Pacífico e das Filipinas. Geologicamente, a fossa das Marianas é resultado geomorfológico de uma zona de subducção (Santa Algaravia, Batman!). 
Esquema de uma Zona de Subducção
O ponto mais profundo da fossa foi sondado pelos navios Challenger e Challenger II em 1951, da Marinha Real. O local foi batizado, então, de Challenger Deep.

O fundo da fossa das Marianas foi atingido em 1960 pelo batiscafo Trieste, da marinha dos Estados Unidos, tripulado pelo tenente Don Walsh e o cientista suíço Jaques Piccard, que passaram 20 minutos no fundo do oceano, numa expedição que durou ao todo 9 horas.

Trieste

Emblema do Batiscafo Trieste

O batiscafo Trieste foi desenhado por Jaques August Piccard e foi posto em atividade a 26 de agosto de 1952, no Mar Mediterrâneo, na Ilha de Capri, próximo a Nápoles, Itália A esfera de pressão, composta de duas secções, foi construída pela empresa Acciaierie Terni, e a parte superior foi fabricada pela Cantieri Riuniti dell 'Adriatico, na cidade livre de Trieste, na fronteira entre a Itália e a Iugoslávia. A instalação da pressão foi feita na Esfera Cantiere Navale di Castellammare di Stabia, perto de Nápoles.

O projeto foi baseado em experiências anteriores com o batiscafo FNRS-2, também projetado por Piccard. Foi construído na Bélgica e operado pela Marinha Francesa, permanecendo em operação no Mediterrâneo. O batiscafo tinha a capacidade de atuar independentemente do navio-mãe, não precisando de cabos umbilicais.

 O batiscafo é um veículo submersível
próprio para explorar águas profundas,
 capaz de suportar a pressão gigantesca da água
Em 1958, foi comprado pela marinha dos Estados Unidos por 250.000 dólares e transportado para San Diego, Califórnia.
Em outubro de 1959, depois de ser reequipado para operar em uma pressão mais forte, o Trieste foi transportado para o meio-Pacífico para participar no Projecto "Nekton", no qual realizou uma série de mergulhos muito profundos na Fossa das Marianas.

Em 23 de janeiro de 1960 alcançou o recorde de profundidade de 35.800 pés (10.911 metros), no Challenger Deep, o mergulho mais profundo em qualquer dos oceanos do mundo. Nesta ocasião, eram seus tripulantes o engenheiro e oceanógrafo suíço, Jacques Piccard, e o Tenente da Marinha americana, Don Walsh.

Don Walsh

Jacques Piccard
Em abril de 1963, foi transportado para o Atlântico, mais precisamente a New London, Connecticut, para procurar o então perdido submarino USS Thresher (SSN-593), o qual o encontrou em agosto de 1963 fora de New London a 1.400 braçadas abaixo da superfície.
O Trieste foi retirado de serviço logo após a realização dessa missão, sendo reformado, e alguns de seus componentes foram utilizados no recém-construído Trieste II. Ele está agora em exposição permanente no Museu da Marinha, no Washington Navy Yard, Washington, DC.



Batiscafo Trieste (1960)
Pouco antes de estabelecer o recorde de profundidade




Fauna Abissal


No início do século XIX foram
obtidas algumas das primeiras provas da existência de vida a grandes profundidades. Estas observações foram realizadas por Sir John Ross, em 1818, durante a sua viagem para encontrar a passagem, por noroeste, entre o Oceano Atlântico e o Pacífico, tendo recolhido, a cerca de 500-600 braças de profundidade, um conjunto de animais invertebrados. Em Portugal existem publicações da Real Academia de Ciências de Lisboa, datadas de 1815 e 1818, sobre a costa do Algarve, relatando a existência de pesqueiros localizados a 400 braças, onde os pescadores operavam com sucesso, bem como a ocorrência de vários seláceos entre 350 e 550 braças. Apesar destes registos, a comunidade científica rejeitou, até meados do século XIX, a existência de vida nas grandes profundidades marinhas. A prova definitiva da existência de organismos vivos abaixo de 300 braças surgiu em 1859, quando foi levantado, para reparações, o cabo telegráfico que unia a Sardenha ao norte de África, proveniente de 1800 m de profundidade, e onde foram encontrados corais solitários e moluscos.

Quem desejar converter braças para metros, acesse

http://www.sportnautica.com.br/unidades.htm



Abaixo da plataforma continental, a partir dos 150 a 200 m até às máximas profundidades conhecidas, ou seja, cerca de 11 000 m (fossa das ilhas Marianas), encontra-se o mundo das grandes profundidades marinhas. Embora constituam o maior biótopo existente no nosso planeta, estas zonas são também as menos conhecidas, sendo a sua investigação muitas vezes comparada à conquista do espaço.

As características morfológicas e anatômicas dos organismos que vivem a grandes profundidades, bem como a sua fisiologia e distribuição, são diferentes daqueles que se podem observar mais próximo da superfície do mar, devido às condições ambientais aí existentes. A falta de luz e ausência de vegetais, as baixas temperaturas e elevada pressão são as condições dominantes do meio profundo.

A seguir, alguns exemplos das criaturas abissais (em um próximo post espero poder falar mais sobre eles e especialmente de um habitante bem assustador do local: um suposto tubarão anormalmente gigantesco, avistado e filmado por sondas japonesas).

Tubarão Goblin


Stargazer

Stargazer




Peixe-Ogre

Tubarão-Fantasma




Fonte Principal


segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Tubarão: Monólogo de Quint

Existem aquelas frases que serão eternamente associados a um personagem e um filme.


“No, I am your father” 
“Não, eu sou seu pai”
Star Wars – O Império Contra-Ataca
“I’ll be back” 
“Eu vou voltar”
 Exterminador do Futuro (Terminator) (a série toda)
 “Go ahead. Make my day” 
“Vai em frente. Complete meu dia”
 Perseguidor Implacável (Dirty Harry)


“Hello. I want to play a game”
 “Olá. Eu quero jogar um jogo”
Jogos Mortais

“Why so serious?”
Por que está tão sério?
Batman, O Cavaleiro das Trevas


E existem frases e monólogos capazes de definir um personagem. Uma história contada que estabelece a motivação e a participação do personagem naquela história, que nos mostra o que fez dele o que ele é.

Agora, imagine que esse monólogo faça referência a um acontecimento real e, certamente, bem perturbador?

Toda vez que eu penso nisso lembro do "monólogo de Quint", o personagem de Robert Shaw no filme Tubarão (Jaws, 1975). O caçador de tubarões profissional (casca grossa e insano) que oferece seus serviços para acabar com o tubarão que assombra a ilha de Amity.

É um filme que eu sempre gostei:  oceano assustador e um monstro gigante, uma brincadeira de gato e rato, suspense e ação...  Junte a isso essa cena do monólogo...  E eu sempre fico com aquela sensação: não se fazem mais filmes como antigamente...


Monólogo de Quint


"Um submarino japonês nos acertou do lado com dois torpedos, Chefe. Estávamos indo da ilha de Tinian para Leyte - tínhamos acabado de entregar a bomba, a bomba de Hiroshima.   Mil e cem homens caíram na água. O navio afundou em 12 minutos. Só vi o primeiro tubarão depois de cerca de meia hora - um tigre - quatro metros. Sabe como você sabe quando está na água, Chefe? Você diz olhando da dorsal até a cauda.



O que não sabíamos era que a nossa missão tinha sido tão secreta que nenhum sinal de socorro havia sido enviado. Eles nem sequer nos listaram como atrasado por uma semana.
Amanheceu e os tubarões continuavam cruzando. Então ficamos bem juntos. Sabe, como naquelas pinturas de calendário da Batalha de Waterloo. A ideia era que quando o tubarão chegasse perto o homem mais próximo começasse a gritar e bater na água. Às vezes o tubarão ia embora. Às vezes não. Às vezes esse tubarão olha bem direto pra você, bem nos seus olhos. Sabe, os olhos de um tubarão são pretos e sem vida como... como os olhos de uma boneca. Quando ele vem pra cima de você esses olhos continuam sem vida até ele começar a te morder, aí eles rolam pra cima e ficam brancos. Você ouve um grito e nem percebe que é você e o oceano fica vermelho e apesar de toda gritaria eles vem te rasgar em pedaços.

 
Sabe, até o final da primeira manhã perdemos uns 100 homens. Eu não sei quantos tubarões haviam, talvez uns 1000. Devíamos perder uns 6 homens por hora. Na quinta-feira de manhã, Chefe, eu esbarrei num amigo meu, Herbie Robinson, de Cleveland. Jogador de baseball. Contramestre. Eu pensei que ele estava dormindo. Estiquei a mão para acordá-lo. Balançava para cima e para baixo na água como um pião meio tombado. Bem, tinham mordido ele pela metade, da cintura para baixo.
Meio-dia do quinto dia, Sr. Hooper, um Lockheed Ventura nos viu. Ele voltou voando baixo e nos viu. Era um piloto jovem, muito mais jovem do que o senhor, Sr. Hooper. De qualquer forma, ele nos viu e pousou na água e três horas mais tarde, um grande e gordo PBY desceu e começou a nos pegar.



Sabe, aquele foi a hora em que fiquei mais assustado... esperando a minha vez. Eu nunca vou colocar um colete salva-vidas de novo.
Então, mil e cem homens entraram na água, trezentos e dezesseis homens saíram e os tubarões levaram o resto.
29 de junho de 1945.
Mas a bomba nós entregamos.

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

O U-28 e o Monstro do Atlântico - outras reflexões

 
Morte Aquática do Passado
Apesar de ser opinião dos céticos que a história do encontro entre o U-28 e o monosauro nasceu da popularidade dos contos sobre monstros de lago, como o famoso Monstro do Lago Ness, é importante perguntar por que um oficial da Marinha de carreira e, ainda por cima, detentor do título de Barão, iria se esforçar para inventar uma história tão bizarra como esta. Uma regra é quase certa em situações assim: encontros com o inexplicável tendem a levar ao ridículo aquele que o divulga. Li em algum lugar que pescadores de pequenas vilas costumam trazer animais bem estranhos em suas redes mas acabam jogando esses 'monstros' de volta no mar para não ficarem estigmatizados entre seus colegas.

Infelizmente as outras 6 testemunhas do ocorrido, incluindo o quarto-oficial Dieckmann, o maquinista-chefe Ziemer, o oficial de máquinas Romeiss e os cozinheiros de bordo Robert Mass e Able Bartles morreram durante a guerra, o que torna o relato do comandante o único existente.
 
 
 
Em 1935, o livro "Case for the Sea Serpent", escrito por R. T. Gould, foi publicado na Alemanha. Este livro ofereceu ainda mais detalhes sobre o estranho acontecimento, a verdadeira causa da final explosivo da Ibérica:

"(...) a descrição de um animal estimada em 20 metros de comprimento, visto por mim e alguns membros da tripulação do submarino U-28 em 30 de julho de 1915 no Oceano Atlântico; [Ele] foi avistado a estibordo, a cerca de 60 milhas náuticas ao sul de Fastnet Rock, no exterior da borda sudoeste da Irlanda, após o naufrágio do navio britânico Ibérica. "


O Farol em Fastnet Rock
"Este animal foi arremessado cerca de 20 ou 30 metros no ar por uma explosão subaquática cerca de 25 segundos após o naufrágio do navio. É possível que esta foi causada pela detonação de um artefato explosivo a bordo, cuja existência assumimos estava escondido a bordo, ou a partir de uma pequena explosão de caldeira ... Esta explosão certamente poderia ter sido o resultado de uma detonação, mas na minha opinião, só uma explosão nos espaços mais profundos dentro do navio poderia ter produzido tal pressão de ar. " 

Alguns acreditam que a criatura avistada seria um mosasauro, devido à descrição do comandante. Entretanto, com base na descrição do comandante a respeito dos pés do animal ("pés palmados"), parece haver uma semelhança maior entre o animal em questão e a família dos também extintos crocodilos marinhos gigantes conhecidos como thalattosuchia. O termo "crocodilo" é mal empregado, sendo o mais adequado Crocodylomorpha, um importante grupo dos Arcossauros, que incluem aves e os crocodilianos.



Crocodilo Thalattosuchia

Alguns descartam essa teoria devido ao fato de Von Forstner ter descrito a besta como tendo uma cauda aguçada, em vez de bilobal (ou em foice) como os peixes, o que caracterizaria a cauda de um thalattosuchia. Apesar deste ser um ponto válido, deve-se manter em vista que uma explosão tão maciça como a que atingiu o Iberian poderia ter causado algum dano colateral ao tal monstro/enigma aquático, que, segundo o relato, foi arremessado em direção ao céu pela explosão. Não é viajar demais sugerir que uma pequena parte da cauda do bicho foi removido durante a tal detonação.

Em 2 de setembro, do mesmo ano, o U-28 foi danificado seriamente no Cabo Norte depois de ser atingido por destroços do navio de munições Olive Branch, que explodiu depois de ser torpedeado por U-28, no melhor estilo feitiço que se vira contra o feiticeiro.

Infelizmente - como em muitos desses casos - a verdade sobre este fato, junto com os restos do Ibérica, podem estar perdidos para sempre no fundo do oceano.

Um site legal para quem desejar saber mais é esse aqui, do Amazing Mike Dash. Parece ser interessante, analítico e bem completo.... eu é que ainda não tive saco pra ler.

http://blogs.forteana.org/node/93

O dia em em que o U-28 detonou um mosasauro

Se tem uma coisa que sempre me inquietou foi o oceano. Inquietou não é a palavra mais adequada... acho que melhor seria: "o oceano sempre me deixou bolado".

Cresci perto de uma praia e mesmo nos dias divertidos de domingo quando ainda era um moleque, quando parava pra contemplar aquela imensidão misteriosa e tudo que ela podia esconder me dava vontade de nem chegar perto das suas ondas.

O mar é traiçoeiro - ouvido de um pescador uma vez.

O oceano é o maior cemitério do planeta - ouvido de um colega de R.P.G. certa vez.

Nós conhecemos pouco mais de 1% do que existe no oceano - segundo a pesquisadora brasileira Lúcia Campos, bióloga e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).


Então, enquanto alguns ainda debatem se a câmera da Petrobrás filmou uma água-viva gigante, um animal desconhecido, uma rede de pesca ou uma placenta de baleia (eca!), vamos voltar nossa atenção para um suposto avistamento de um animal pré-histórico em plena I Guerra Mundial.
 
 

O dia em em que o U-28 detonou um monasauro

 
 
O SMS U-28 era um submarino alemão (ou U-Boat, corruptela da palavra alemã Unterseeboot, ou barco submarino) da classe U-27, lançado ao mar antes da Primeira Guerra Mundial, mais precisamente em 30 de agosto de 1913. Realizou cinco patrulhas, afundando ao todo 40 navios. Entrou em serviço na Kaiserliche Marine no dia 26 de junho de 1914.

A Kaiserliche Marine ou Marinha Imperial foi a marinha criada pela formação do Império Alemão. Existiu entre 1871 e 1919.
 
















Sua missão, como a de outros submarinos alemães durante as duas Grandes Guerras, era a de patrulhar o Atlântico e torpedear navios cargueiros, cortando linhas de suprimentos e instalando o terror ao matar civis inocentes. Eram os lobos do mar, caçando em alcatéias ou solitariamente.

Alemães Bastardos!


Insignia de Guerra da Marinha Imperial Alemã

Von Forstner
O Kapitänleutnant (algo como Tenente-capitão) von Forstner recebeu o comando do U-27. Siegfried Freiherr von Forstner (21 de novembro de 1882 - 29 de outubro de 1940) pertencia a uma família aristocrática com gerações de oficiais militares e recebeu diversar condecorações durante sua carreira militar.
 
Medalhas Recebidas:
 
 
 
 
Cruz de Friedrich-August
Ordem de Leopoldo
Tais informações (de onde veio, como era sua carreira, etc) me parecem fundamentais para que as informações a seguir não sejam vistas como simples bravata, brincadeira ou divagação de seu autor. Militares não são exemplos de imaginação exacerbada (perdoem-me a generalização, mas preciso fundamentar a minha defesa) e um militar de carreira vindo de uma família de oficiais teria muito mais a perder do que a ganhar contando histórias da carochina.

No dia 30 de julho de 1915 o U-28 torpedeou no Atlântico Norte o vapor britânico Iberian. Enquanto o barco afundava, ocorreu algo muito estranho. Esse é o relato dos fatos que o capitão do submarino fez no diário de bordo:


"No dia 30 de julho de 1915 o U-28 torpedeou o vapor britânico Iberian, que transportava um rico carregamento através do Atlântico Norte. O vapor afundou tão rapidamente que sua proa ficou quase verticalmente no ar. Momentos depois, o casco do Iberian desapareceu.

Os restos se mantiveram sob a água durante uns vinte e cinco segundos, a uma profundidade que era claramente impossível de avaliar, quando de repente se produziu uma violenta explosão que lançou pedaços de escombros da água até uma altura de aproximadamente 80 pés (24,38m) e entre eles, um animal aquático gigantesco.
 
Nesse momento eu tinha comigo na torre seis de meus oficiais, entre eles o chefe de máquinas, o navegador e o timoneiro. Simultaneamente, a todos nos chamou a atenção aquele colosso dos mares, que se retorcia e lutava entre os escombros.

Não pudemos identificar à criatura, mas todos estivemos de acordo que se parecia com um crocodilo, que tinha uns 60 pés (18,29m) de comprimento, com quatro extremidades semelhantes a grandes pés palmados, uma cauda longa e pontiaguda, e uma cabeça que também terminava em ponta.

Lamentavelmente, não pudemos tomar uma fotografia, já que o animal desapareceu de nossa vista após dez ou quinze segundos."


Análises posteriores desse relato aventaram a hipótese de que o animal em questão seria um remanescente de uma espécie já extinta, um mosassauro.
 
Os mosassauros eram répteis pré-históricos da família Mosasauridae que foram os principais predadores dos oceanos do final do Cretáceo. O grupo não está relacionado com os dinossauros nem com os plessiossauros (répteis marinhos), pertencendo antes à ordem dos escamados, que inclui atualmente as cobras e os lagartos. Pensa-se que os mosassauros tenham surgido no Cretáceo inferior, a partir de animais terrestres.
 
 
O nome do grupo deve-se fato de que seu primeiro fóssil foi descoberto numa pedreira holandesa, no vale do rio Mosa.


Reconstrução de um mosassauro, em exibição no Museu
Argentino de Ciências Naturais, em Buenos Aires.














Informações do réptil marinho
Nome: Mosassauro.
Nome cientifico: Mosasaurus.
Tamanho: De 8 à 9 metros de comprimento e 50 centímetros de altura.
Peso: Cerca de 2 toneladas.
Local: No antigo oceano Atlântico, costas da África, Europa e Américas do Norte e Sul.
Época: Período Cretáceo.
Alimentação: Carnívora.
Família: Mosasauridae.


Em um próximo post, voltarei a esse assunto.


Fontes

http://en.wikipedia.org/wiki/SM_U-28_(Germany)

http://pt.wikipedia.org/wiki/Mosassauro

https://noticias.terra.com.br/ciencia/pesquisa/cientista-brasileira-conhecemos-pouco-mais-de-1-dos-oceanos,58d9a38790aea310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html

terça-feira, 9 de agosto de 2016

Tripulação de Ratos: Capítulo Final



As coisas que encontramos navegando na internet sem rumo definido...

Encontrei uma reportagem de 2013 falando sobre o encontro do Lyubov Orlova. 

Quem diria: foi mais interessante propagar a história de que o navio continuava desaparecido do que informar que ele havia sido encontrado antes mesmo de fazer 1 mês a deriva.

Segue a reportagem na sua íntegra para encerrarmos  de vez esse assunto..


Navio Fantasma é encontrado à deriva em alto mar

Washington - Um navio russo em ruínas, que está à deriva em alto-mar há um mês, foi localizado a 2.400 km da costa oeste da Irlanda, de acordo com uma agência de inteligência dos Estados Unidos.
Sem tripulação a bordo, exceto ratos, sem luzes que alertam sua presença, o navio russo Lyubov Orlova ficou à deriva no final de janeiro, e as autoridades marítimas não sabiam até o momento sua localização precisa.
Um relatório da Agência Nacional de Inteligência Geoespacial consultado pela AFP indica que o navio foi localizado nas coordenadas 044-51.34W e 49-22.70N, a cerca de 1.300 milhas náuticas (2.400 km) da costa irlandesa.
As informações constam da "Edição Atlântica do Memorando Diário", um documento da agência de inteligência marítima que analisa imagens de satélite e produz mapas detalhados para o governo americano.

Acima, o navio russo MV Lyubov Orlova
O Lyubov Orlova, construído em 1976, partiu da ilha canadense de Newfoundland em 23 de janeiro rebocado por um rebocador. Deveria ir para a República Dominicana, onde o seu proprietário, um comerciante de sucatas, tinha a intenção de atracá-lo. Mas o cabo que o ligava ao rebocador quebrou no dia seguinte à partida, e o "Lyubov Orlova" ficou à deriva como um navio fantasma.

A Autoridade de Transporte do Canadá não parecia se importar com seu paradeiro, e chegou a reconhecer na segunda-feira que não sabia onde estava, mas as autoridades disseram que o proprietário é responsável por seus movimentos.


O navio rapidamente atingiu águas internacionais, sem luz, de acordo com a associação Robin Hood, e sem balizas de localização, segundo as autoridades canadenses.

No caso de um barco à deriva com passageiros a bordo, a Convenção Internacional para a Salvaguarda do Mar pode ser aplicada, mas nada está previsto para o caso de um barco vazio, disse à AFP na quarta-feira Jacky Bonnemain, porta-voz da associação ecologista Robin Hood.

Bonnemain alertou para o risco de um acidente "em uma área de intenso tráfego marítimo" e poluição.


***


Ninguém falou nada nos ratos canibais agressivos aos milhares.


A promotoria encerra.


Retirado de:


http://info.abril.com.br/noticias/ciencia/navio-fantasma-e-encontrado-a-deriva-em-alto-mar-21022013-36.shl

Tripulação de Ratos 2: Boato



Para ficar mais fácil, vou reproduzir os pontos do post anterior e levantar as perguntas e o que eu penso sobre eles. Não tenho tantos conhecimentos quanto eu gostaria, mas alguns pontos me intrigaram mesmo dentro de toda a minha ignorância.

   
Primeira citação:
Sendo deixado de lado, o Lyubov Orlova desapareceu. Acreditava-se (antes dos boatos começarem) que ele teria afundado depois de navegar a esmo pelo oceano. Não houveram mais contatos, avistamentos, nem nenhum sinal do navio. O mais perto que se chegou foi um sinal de emergência transmitido a partir do navio, no início de 2014, que o colocou cerca de 700 milhas da Irlanda. 


Talvez para um leigo pareça pouco, mas 700 milhas são uma distância considerável. Mas 700 milhas equivalem a 1126,54 km. A reportagem não deixa claro, mas se essa distância for em milhas náuticas, temos a distância de 1296,4 km.
 Para o cálcuo da conversão, foi usado o site abaixo:
Além do mais, não estamos falando de uma distância entre dois pontos em uma superfície terrestre, regular e sem a ação de forças externas. Estamos falando do oceano.  Vamos dar uma olhada em alguns mapas com as Correntes Oceânicas.



 Um navio a deriva estaria ao sabor dessas Correntes Marítimas (ou Oceânicas). A Corrente do Labrador o levaria ao longo da costa do Norte dos EUA,  podendo ser pego pela Deriva do Atlântico Norte (ou Derivação), que o levaria em direção ao Ártico, passando bem próximo da Inglaterra.  Isto é, levando-se em conta que o navio conseguiu sair dessa área pois nas águas próximas à Terra Nova, local onde o Lyubov Orlova se 'perdeu' a aparição de Icebergs não é incomum.
Cerca de 40.000 icebergs de tamanho médio ou grande são formados anualmente na Groelândia e cerca de 1 a 2% (400-800) deles vai para o sul chegando a 48o de latitude norte (St. John).
fonte:
Se o Lyubov Orlova  fosse pego pela Corrente das Canárias e, em seguida, pela corrente do Golfo, acabaria sendo mandado para as proximidades do Mar de Sargassos.
  
Sobre o Mar de Sargaços
 
Os marujos portugueses estiveram dentre os primeiros a descobrir a região no século XV, Cristovão Colombo e seus homens também depararam com o Mar de Sargaços e fizeram relatos sobre as grandes quantidades de algas em sua superfície, quando cruzaram o Atlântico rumo à América em 1942. O almirante cartaginês Hilmico já havia feito descrições similares após cruzar as Colunas de Hércules: "muitas algas crescem em meio às ondas, as quais retardam o navio como se fossem arbustos (...) Aqui, as bestas marinhas movem-se vagarosamente de um lado para o outro, e grandes monstros nadam languidamente entre os navios que se arrastam" (Avieno).

Devido à sua proximidade com as Bermudas (e, conseqüentemente, com o Triângulo das Bermudas), ao mar são creditados alguns dos estranhos desaparecimentos ali ocorridos; além disso, o estigma é reforçado pela às vezes total ausência de vento em sua superfície e a possibilidade de que embarcações modernas se enredem nos sargaços, resultando em mais embarcações encalhadas. Por estas razões, ele é por vezes citado como um cemitério de navios.


Fonte:
Em outras palavras, após se separar dos rebocadores, as chances que o Lyubov Orlova possuía de chegar incólume a algum lugar habitado, sendo guiado unicamente pelo Destino, me parecem bem pequenas. Mesmo sendo um navio sólido, projetado para navegar por águas perigosas, levando em conta seus 38 anos de existência.
Mas, mais uma vez, não sou especialista.
Segunda citação:
O mais perto que se chegou foi um sinal de emergência transmitido a partir do navio, no início de 2014 (...). O sinal teria sido emitido a partir dos dispositivos de emergência do próprio navio que são ativados em contato com a água do mar.
Outras fontes da internet falam que o navio, na verdade, teria sido pego em um radar e que, pelas características físicas (????) teria sido identificado como o Lyubov Orlova.
Não sei como está a tecnologia empregada pelos radares pelo mundo, mas levando em conta que um radar é projetado para identificar um determinado objeto por ondas de radas e fornecer informações como tamanho e velocidade, que outras características físicas poderiam ter sido identificadas?  Se as informações falassem sobre fotos de satélite, talvez a veracidade da identificação positiva do navio seria mais aceitável.

Além disso, onde ficam os tais sensores ativados quando em contato com a água do mar? Se ficam no casco, o normal seria que eles funcionassem de maneira intermitente. Se ficam em alguma área dentro do navio, indicaria uma avaria no casco que, consequentemente, levaria ao afundamento do navio e de sua carga.
Terceira citação:
Depois que o navio se perdeu, com o passar do tempo, os roedores a bordo do barco (ratos, ratazanas) enfrentaram a situação de escasseamento e, consequentemente, o total desaparecimento dos alimentos das dispensas. A partir disso os animais presos na embarcação passaram para o canibalismo, comendo os mais fracos, os mais velhos e até os filhotes. Por causa da falta de convívio com humanos, esses animais seriam extremamente agressivos e não teriam medo do homem.
As matérias tratam do tempo decorrido entre o desaparecimento do navio e o aparecimento dos agressivos ratos mutantes como se fosse uma eternidade.  Levando em conta que ele se perdeu em 2013, um ano é muito pouco tempo para que tais mudanças aconteçam.
A longevidade de uma ratazana (Rattus norvegicus) varia entre 2 e 3 anos. O navio está a deriva a menos de 1 ano.  A gestação das ratazanas é muito curta, o que possibilitaria o nascimento de várias novas gerações de novos animais completamente alheios ao ser humano, mas as informações dizem que os filhotes foram comidos pelos mais velhos durante o surto de fome.  Em outras palavras, os mais velhos não são totalmente selvagens, as novas gerações - se existirem - não poderiam atingir a plenitude de suas forças enfrentando ratos mais experientes e mais velhos.  Em outras palavras, daqui a 4 ou 5 anos, essa parte da história talvez faça mais sentido.
Em outras palavras, apesar de cheia de furos, a Lenda Urbana do Lyubov Orlova vai continuar a ser propagada na internet, mesmo com todas as provas em contrário.  Com o passar dos anos ele será avistado em várias partes do planeta por pescadores, excursionistas e talvez até militares.  As provas serão pouco conclusivas, claro, e será dito que há um plano de acobertamento governamental.
A história é muito boa, mas é apenas uma história. 


Por mais fantástica que a realidade seja, esse pretenso fato é apenas um boato.

Tripulação de Ratos: Boato interessante, mas...


Algum tempo atrás um boato bem interessante correu a internet e atingiu vários blogs que eu frequentava.

O mistério do navio fantasma tripulado por ratazanas canibais.

Imagine um local no meio do oceano - que pra mim já é assustador por si só - abandonado de qualquer alma humana, mas povoado por ratazanas que, por causa da superpopulação, tiveram de recorrer ao canibalismo e acabaram por se tornar máquinas de matar do reino animal.


 
"Parece tudo bem. Vamos pousar."
As consequências: imagine se esse navio for abordado por um barco desavisado, que mande um grupo a bordo e acabe sendo atacado pelas ratazanas... imagine se esse barco consegue navegar até algum país e, por obra do acaso, acaba encalhado próximo demais de um porto ou pequena cidade... ou até mesmo perto demais de algum centro urbano densamente povoado? Além dos ratos haveria o perigo de disseminação de doenças causadas pelo longo período de confinamento do navio e de sua carga perniciosa.


O boato atingiu uma proporção assustadora, sendo veiculado até em sites de notícias que davam a notícia como real.  Até o GLOBO fez uma alusão ao caso.

Enfim, a informação daria uma premissa interessante para um jogo de computador, um conto ou até um episódio de (do antigo) Além da Imaginação (Twilight Zone).

A seguir, um breve apanhado do que saiu na Rede Mundial de Computadores. 
Por fim, uma pequena reflexão de por que isso é uma história interessante a princípio e depois uma baboseira enorme quando começa a se pensar sobre.

Sobre o navio

 

Bandeira da antiga Iugoslávia
MV Lyubov Orlova (inicialmente Lyubiovy Orlova), é (ou foi) um navio de cruzeiro antártico contruído na antiga Iugoslávia em 1976, pertencente à classe Ice Reforçado/Maria Yermolova. Foi retirado de serviço em 2010 e fundeado no porto de St. John's, em Terra Nova (Canadá).

 
Supostas Plantas dos Decks do Lyubov Orlova

Fonte: Wikipedia.

Em um momento posterior, teria sido vendido como sucata para a República Dominicana, por cerca de 600 mil libras.
  
Quem estiver interessado quanto isso dá na moeda do seu país, acesse aqui.


Entretanto, em 2013, quando estava sendo transportado, as amarras que o prendiam ao rebocador teriam se rompido e o navio, de quatro mil toneladas brutas, estaria à deriva desde então. Outra versão diz que, ao atravessarem uma tempestade, os tripulantes do rebocador preferiram soltar as amarras do que correr o risco de ir para o fundo juntamente com a sucata.

Como o incidente aconteceu em águas internacionais, o governo do Canadá não se importou em organizar uma operação de resgate do navio.  A República Dominicana, pesando a relação custo benefício, também preferiu deixar a situação como estava.  Por não oferecer risco à navegação (aparentemente o porto possui um movimento baixo de tráfego), o navio foi deixado, então, a deriva.

Sendo deixado de lado, o Lyubov Orlova desapareceu. Acreditava-se (antes dos boatos começarem) que ele teria afundado depois de navegar a esmo pelo oceano. Não houveram mais contatos, avistamentos, nem nenhum sinal do navio. O mais perto que se chegou foi um sinal de emergência transmitido a partir do navio, no início de 2014, que o colocou cerca de 700 milhas da Irlanda.  O sinal teria sido emitido a partir dos dispositivos de emergência do próprio navio que são ativados em contato com a água do mar.
Diretor Reynolds
"Recorrendo a satélite e radares projetamos a rota do navio para os próximos três meses, tendo chegado à conclusão de que se encaminhava para a costa da Noruega ou do sul de Inglaterra, mas não podíamos estar cem por cento seguros. Temos de continuar vigilantes", explicou Chris Reynolds, diretor da Guarda Costeira Irlandesa.

 
Os Ratos

  

Juntamente com a história do tal navio fantasma, outro boato foi acrescido: o navio estaria tomado por ratos.
Depois que o navio se perdeu, com o passar do tempo, os roedores a bordo do barco (ratos, ratazanas) enfrentaram a situação de escasseamento e, consequentemente, o total desaparecimento dos alimentos das dispensas. A partir disso os animais presos na embarcação passaram para o canibalismo, comendo os mais fracos, os mais velhos e até os filhotes. Por causa da falta de convívio com humanos, esses animais seriam extremamente agressivos e não teriam medo do homem.
Em uma próxima postagem vamos pensar um pouco sobre o que não faz sentido nessa história que, apesar de interessante, é bem furadinha... quer dizer, pelo menos as partes dos ratos canibais.
 Abaixo, mapas com a última posição informada e as supostas posteriores 'andanças' do Lyubov Orlova.