Para
ficar mais fácil, vou reproduzir os pontos do post anterior e levantar
as perguntas e o que eu penso sobre eles. Não tenho tantos conhecimentos
quanto eu gostaria, mas alguns pontos me intrigaram mesmo dentro de
toda a minha ignorância.
Primeira citação:
Sendo deixado de lado, o Lyubov Orlova desapareceu. Acreditava-se
(antes dos boatos começarem) que ele teria afundado depois de navegar a
esmo pelo oceano. Não houveram mais contatos, avistamentos, nem nenhum
sinal do navio. O
mais perto que se chegou foi um sinal de emergência transmitido a
partir do navio, no início de 2014, que o colocou cerca de 700 milhas da
Irlanda.
Talvez para um leigo pareça pouco, mas 700 milhas são uma distância considerável. Mas 700 milhas equivalem a 1126,54 km. A reportagem não deixa claro, mas se essa distância for em milhas náuticas, temos a distância de 1296,4 km.
Para o cálcuo da conversão, foi usado o site abaixo:
Além
do mais, não estamos falando de uma distância entre dois pontos em uma
superfície terrestre, regular e sem a ação de forças externas. Estamos
falando do oceano. Vamos dar uma olhada em alguns mapas com as
Correntes Oceânicas.
Um
navio a deriva estaria ao sabor dessas Correntes Marítimas (ou
Oceânicas). A Corrente do Labrador o levaria ao longo da costa do Norte
dos EUA, podendo ser pego pela Deriva do Atlântico Norte (ou
Derivação), que o levaria em direção ao Ártico, passando bem próximo da
Inglaterra. Isto é, levando-se em conta que o navio conseguiu sair
dessa área pois nas águas próximas à Terra Nova, local onde o Lyubov
Orlova se 'perdeu' a aparição de Icebergs não é incomum.
Cerca de 40.000 icebergs de tamanho médio ou grande são formados anualmente na
Groelândia e cerca de 1 a 2% (400-800) deles vai para o sul chegando a
48o de latitude norte (St. John).
fonte:
Se
o Lyubov Orlova fosse pego pela Corrente das Canárias e, em seguida,
pela corrente do Golfo, acabaria sendo mandado para as proximidades do
Mar de Sargassos.
Sobre o Mar de Sargaços
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtEubtuXfeYscaAr3jJcqh4D_t7p_8DQtTEGHEiTedwFw_-xGFemhcFs1WnUSN9gAkH4o01WmJj0TyVslSgNAX2naFeJZAAmdbkApRJj6tvBWchwiTv9MwOYUZU5K_qLboJyhi5yOXJ84/s1600/Sargasso_Sea.jpg)
Devido
à sua proximidade com as Bermudas (e, conseqüentemente, com o Triângulo
das Bermudas), ao mar são creditados alguns dos estranhos
desaparecimentos ali ocorridos; além disso, o estigma é reforçado pela
às vezes total ausência de vento em sua superfície e a possibilidade de
que embarcações modernas se enredem nos sargaços, resultando em mais
embarcações encalhadas. Por estas razões, ele é por vezes citado como um
cemitério de navios.
Fonte:
Em
outras palavras, após se separar dos rebocadores, as chances que o
Lyubov Orlova possuía de chegar incólume a algum lugar habitado, sendo
guiado unicamente pelo Destino, me parecem bem pequenas. Mesmo sendo um
navio sólido, projetado para navegar por águas perigosas, levando em
conta seus 38 anos de existência.
Mas, mais uma vez, não sou especialista.
Segunda citação:
O mais perto que se chegou foi um sinal de emergência transmitido a partir do navio, no início de 2014 (...). O
sinal teria sido emitido a partir dos dispositivos de emergência do
próprio navio que são ativados em contato com a água do mar.
Outras
fontes da internet falam que o navio, na verdade, teria sido pego em um
radar e que, pelas características físicas (????) teria sido
identificado como o Lyubov Orlova.
Não
sei como está a tecnologia empregada pelos radares pelo mundo, mas
levando em conta que um radar é projetado para identificar um
determinado objeto por ondas de radas e fornecer informações como
tamanho e velocidade, que outras características físicas poderiam ter
sido identificadas? Se as informações falassem sobre fotos de satélite,
talvez a veracidade da identificação positiva do navio seria mais
aceitável.
Além
disso, onde ficam os tais sensores ativados quando em contato com a
água do mar? Se ficam no casco, o normal seria que eles funcionassem de
maneira intermitente. Se ficam em alguma área dentro do navio, indicaria
uma avaria no casco que, consequentemente, levaria ao afundamento do
navio e de sua carga.
Terceira citação:
Depois
que o navio se perdeu, com o passar do tempo, os roedores a bordo do
barco (ratos, ratazanas) enfrentaram a situação de escasseamento e,
consequentemente, o total desaparecimento dos alimentos das dispensas. A
partir disso os animais presos na embarcação passaram para o
canibalismo, comendo os mais fracos, os mais velhos e até os filhotes.
Por causa da falta de convívio com humanos, esses animais seriam
extremamente agressivos e não teriam medo do homem.
As
matérias tratam do tempo decorrido entre o desaparecimento do navio e o
aparecimento dos agressivos ratos mutantes como se fosse uma
eternidade. Levando em conta que ele se perdeu em 2013, um ano é muito
pouco tempo para que tais mudanças aconteçam.
A
longevidade de uma ratazana (Rattus norvegicus) varia entre 2 e 3 anos.
O navio está a deriva a menos de 1 ano. A gestação das ratazanas é
muito curta, o que possibilitaria o nascimento de várias novas gerações
de novos animais completamente alheios ao ser humano, mas as informações
dizem que os filhotes foram comidos pelos mais velhos durante o surto
de fome. Em outras palavras, os mais velhos não são totalmente
selvagens, as novas gerações - se existirem - não poderiam atingir a
plenitude de suas forças enfrentando ratos mais experientes e mais
velhos. Em outras palavras, daqui a 4 ou 5 anos, essa parte da história
talvez faça mais sentido.
Em
outras palavras, apesar de cheia de furos, a Lenda Urbana do Lyubov
Orlova vai continuar a ser propagada na internet, mesmo com todas as
provas em contrário. Com o passar dos anos ele será avistado em várias
partes do planeta por pescadores, excursionistas e talvez até
militares. As provas serão pouco conclusivas, claro, e será dito que há
um plano de acobertamento governamental.
A história é muito boa, mas é apenas uma história.
Por mais fantástica que a realidade seja, esse pretenso fato é apenas um boato.
Por mais fantástica que a realidade seja, esse pretenso fato é apenas um boato.
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